Do total de unidades criadas em 2018, somente 25,3% continuaram ativas até 2018. Taxa de sobrevivência das empresas brasileiras teve queda pelo 2ª vez seguida.
Por Daniel Silveira, G1 — Rio de Janeiro
RJ, 12/05/2020 Comércio fechado na Tijuca, Zona Norte do Rio — Foto: Marcos Serra Lima/G1
Dados divulgados nesta quinta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) evidenciam o quanto difícil é manter um negócio ativo no Brasil. Apenas uma em cada quatro empresas conseguiram se manter em atividade por mais de 10 anos.
De acordo com o levantamento, das cerca de 889,5 mil empresas criadas em 2008, apenas cerca de 225 mil continuavam em operação em 2018. Ou seja, somente 25,3% das empresas conseguiram se manter ativas por mais de uma década.
Em média, 18,5% das empresas criadas encerram suas atividades em menos de um ano. Isso significa que uma em cada cinco novas empresas não conseguem sobreviver por 12 meses sequer.
Taxa de sobrevivência tem 2ª queda seguida
De acordo com o levantamento, das cerca de 4,4 milhões de empresas ativas em 2018, 3,7 milhões já estavam em atividade no ano anterior.
Com isso, a taxa de sobrevivência das empresas brasileiras foi de 84,1% em 2018, 0,7 ponto percentual menor que o observado em 2017. Esta foi a segunda queda seguida do indicador.
No acumulado de cinco anos, entre 2014 e 2018, a taxa de sobrevivência foi de apenas 36,3%.
O IBGE enfatizou que “quanto maior o porte, maior a taxa de sobrevivência”. Em 2018, 96,5% das empresas com mais de 10 funcionários sobreviveram.
Entre os que não tinham assalariados, a taxa de sobrevivência foi de 74,4%. Das com um a nove trabalhadores assalariados, a taxa chegou a 91,4%.
Diferenças regionais
O IBGE enfatizou que a longevidade das empresas varia entre os estados brasileiros. Enquanto no Amazonas a taxa de sobrevivência das empresas no décimo ano de vida variou 16,4%, em Santa Catarina a variação foi quase o dobro, de 32,1%, no mesmo período.
“O ambiente microeconômico nas unidades da federação, como capacidade gestão e acesso ao crédito, é bastante diferenciado. No Amazonas, a taxa de entrada e saída das empresas foi maior, o que indica maior facilidade para se abrir uma empresa, mas também dificuldades de geri-las. Em Santa Catarina, aconteceu o oposto, o empresário parece ter um cenário mais favorável e capacidade maior de gestão”, apontou o gerente da pesquisa, Thiego Ferreira.