Levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV) aponta que a atividade econômica brasileira cresceu 3,3% em junho na comparação com maio e 2,4% em relação a igual mês do ano passado.
Desta forma, o Produto Interno Bruto (PIB), na série com ajuste sazonal, avançou 0,3% no segundo trimestre, ante os três primeiros meses de 2018. Esta é a sexta taxa positiva consecutiva nesta comparação, segundo o Monitor do PIB da fundação divulgado ontem (20). Em relação ao acumulado de abril a junho de 2017, o segundo trimestre de 2018 subiu 1,2%.
"O crescimento positivo de 0,3% do PIB no segundo trimestre indica que, a despeito dos impactos negativos que a greve dos caminhoneiros ocasionou na economia em maio, estes efeitos foram, em grande parte, revertidos em junho”, entende Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV, por meio de nota.
Segundo ele, mesmo com o trimestre tendo sido encerrado com retrações em segmentos chaves como indústria e exportação, houve crescimento da agropecuária, serviços e consumo das famílias, de modo que a economia continue na trajetória de retomada, embora ainda lenta.
Na comparação interanual, pela ótica da oferta, mesmo com variações negativas nas atividades de extrativa mineral (-0,6%), construção (-0,5%) e serviços de informação, estes resultados sinalizam uma trajetória de melhora com relação as taxas divulgadas nos trimestres anteriores. Na ótica da demanda, apenas a exportação retraiu (-2,9%).
O consumo das famílias apresentou crescimento de 1,8% no segundo trimestre, na comparação interanual. A FBCF aumentou 4,1%. Assim, a taxa de investimento (FBCF/PIB), a preços constantes, foi de 18% no segundo trimestre deste ano.
Em termos monetários, o PIB em valores correntes alcançou a cifra de aproximadamente R$ 3,467 trilhões no acumulado do ano até junho.
Previsões
Para o mercado financeiro, o PIB – calculado oficialmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – deve fechar este ano com alta de 1,49%, mostrou, também ontem, o relatório semanal Focus, divulgado pelo Banco Central (BC).
Essa avaliação, mediana de 68 analistas consultados, é a mesma anunciada no último documento.
Para 2019, a mediana da expectativa de 67 entrevistados pela autoridade monetária é de que a atividade econômica aumente 2,5%, também a mesma da semana passada.
FERNANDA BOMPAN