Em quatro anos, a Comparex Brasil fez seu faturamento saltar de 12 milhões para 120 milhões de reais. Conheça a estratégia do CEO Otávio Argenton:

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Otavio Argenton, CEO da Comparex Brasil, e equipe: subsidiária quer dobrar seu faturamento nos próximos dois anos (Comparex Brasil/Divulgação)

Que crise econômica é um momento de oportunidades todo bom empreendedor sabe – mas Otávio Argenton levou o ditado bem à sério. Entre maio de 2014 e março de 2018, anos de recessão profunda para o país, sua empresa foi de 12 milhões a 120 milhões de reais em faturamento. A estratégiapara tal? Visão de mercado e uma boa gestão de talentos, nas palavras do próprio CEO.

Segundo Argenton, a semente para o salto em faturamento foi sua experiência como funcionário. O empreendedor de 35 anos de idade trabalhou desde os 15 anos na área de suporte técnico para informática. Em 2002, após um curso técnico, tornou-se funcionário da prestadora de serviços em tecnologia da informação 2S Inovações Tecnológicas.

Quando tinha 12 anos de casa, a unidade de soluções Microsoft da S2 foi vendida para o grupo Comparex, que atua há mais de 30 anos no licenciamento e gerenciamento de softwares. Com mais de 80 escritórios em 36 países, a multinacional teve uma receita de 2,3 bilhões de dólares no ano fiscal terminado em março de 2018.

Argenton começou como diretor de serviços, no meio de turbulências econômicas e políticas geradas pelo processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Para piorar o quadro, ele identificou 13 concorrentes. Era preciso, portanto, pensar diferente – e sua experiência na S2 mostrou o caminho.

Estratégia de negócio

Na época, a Comparex trabalhava apenas com a venda de licenças. Argenton quis usar sua equipe na S2, especializada em serviços técnicos, para estender a jornada do cliente e fazer ele trocar duas empresas – a revendedra e a prestadora de manutenções – por uma só.

No lugar de ligar apenas para vender o software com melhores margens, os atendentes tentam entender os problemas pelos quais as empresas passam – e, então, explicar como a computação em nuvem, especialidade da Comparex, pode reduzir seus custos. A subsidiária brasileira também passou a fazer as gestão dos ambientes digitais, em troca de mensalidades.

Além de consultoria e manutenção criarem uma receita recorrente adicional e de valor agregado para a Comparex Brasil, as empresas conseguem pagar apenas pela nuvem de que precisam. De acordo com Argenton, a redução de custos pode chegar a 80% com a mudança para licenças de software que seus clientes de fato usam. Os principais produtos comercializados ainda são os da Microsoft, como Azure e Office 365.

Por Mariana Fonseca