Insegurança leva Honda, MWM e Kimberly-Clark a anunciar encerramento das atividades no país
A montadora japonesa decidiu suspender a produção do HR-V e seguir montando apenas motocicletas(foto: Carros e Motos/Reprodução)
Seja por efeito da recessão, seja por temor do retorno de um governo mais protecionista, empresas importantes, como a montadora japonesa Honda, a fabricante de motores MWM e a gigante de bens de consumo Kimberly-Clark, têm deixado, discretamente, o mercado argentino nos últimos meses.
A crise econômica no país vizinho está impactando principalmente os projetos de médio e longo prazos das empresas do setor automotivo local, o principal destino dos carros “Made in Brazil”. Além da redução de quadro de funcionários e fechamento de alguns turnos de trabalho, as quedas consecutivas nas vendas obrigam as empresas a deixar o país e a transferir as atividades para mercados da região, principalmente o Brasil. É o caso da MWM, a tradicional fabricante de motores diesel, que fechou a sua planta de produção na Argentina.
“Nem todas as decisões estão associadas ao resultado das urnas, mas é evidente que muitas empresas ficaram temerosas com a volta de políticas mais restritivas ao comércio internacional”, disse o economista Antônio Favano Neto, especialista em economia latino-americana pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Apesar do fechamento de uma de suas fábricas, a Kimberly-Clark continuará com o restante de seus investimentos, de acordo com o portal especializado no setor, Tissue On-line. Segundo a multinacional, a Argentina continua sendo um mercado importante para a empresa. Por meio de suas operações, produz e exporta para quatro países da região, empregando mais de 1 mil funcionários no país.
Estagnação no vizinho vai afetar Brasil em 2020, diz estudo
“Ainda não sabemos qual será a diretriz do novo governo argentino, mas 2020 tende a ser um ano em que a Argentina tira o crescimento da economia brasileira. O problema é que, neste momento, dada a total incerteza do que vai acontecer, é muito difícil quantificar, ainda que a direção pareça muito clara", completou. Há duas semanas, os argentinos foram às urnas e elegeram como presidente o peronista Alberto Fernández e, como vice, a ex-presidente Cristina Kirchner.