MPF denunciou integrantes por crimes como organização criminosa e evasão de divisas. Esquema foi revelado em maio deste ano após operação que prendeu 10 suspeitos.

 

"Em

Em maio, Polícia Federal cumpriu mandados no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo — Foto: Bernardo Bortolotto/RBS TV

 

Quinze pessoas respondem na Justiça Federal do Rio Grande do Sul por operarem uma financeira clandestina, sem autorização legal, em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A 7ª Vara Federal de Porto Alegre recebeu, no total, 17 denúncias do Ministério Público Federal na última quarta-feira (24). Duas delas foram rejeitadas, porque o juízo entendeu que não foi atribuído nenhum delito ou conduta criminosa às rés.

 

O esquema veio à tona após a Operação Egypto, deflagrada em maio deste ano pela Polícia Federal e Receita Federal. Dez pessoas foram presas na ação, que teve mandados cumpridos ainda em Santa Catarina e São Paulo.

 

O grupo captava recursos de terceiros, sem a autorização do Banco Central, e investia no mercado de criptomoedas, uma delas a bitcoin. Entenda abaixo como funciona a moeda.

 

Conforme a investigação, mais de R$ 1 bilhão foi captado junto a terceiros. O grupo atuava desde agosto de 2017. O inquérito policial para investigar o caso foi instaurado em janeiro de 2019.

 

O grupo irá responder pelos seguintes crimes:

organização criminosa;

operação de instituição financeira sem autorização legal;

evasão de divisas;

gestão fraudulenta de instituição financeira;

apropriação e desvio de valores de instituição financeira;

emissão e comercialização de títulos e valores mobiliários.

 

Como funcionava o esquema

 

De acordo com a Polícia Federal, a empresa, com sede em Novo Hamburgo, tinha 55 mil clientes em 26 estados do Brasil. Aproximadamente 80% deles teriam investido até R$ 20 mil. O grupo prometia retorno de 15%, ao menos, no primeiro mês de aplicação.

 

Porém, a empresa não usava o dinheiro para a compra de criptomoedas, mas sim para investimentos convencionais, como de renda fixa, que rendiam menos de 1%.

 

Os policiais descobriram ainda que os sócios da instituição financeira tinham alto ganho patrimonial, passando de menos de R$ 100 mil para dezenas de milhões de reais em cerca de um ano. Diversos bens de luxo, como carros e roupas foram apreendidos na operação.