Para 85% deles, a economia irá melhorar, otimismo superior à média global, de 76%
A empresa de auditoria e consultoria ouviu líderes empresariais de 100 países – entre eles, 144 brasileiros – que atuam em áreas como serviços públicos e financeiros, tecnologia, mídia e telecomunicações, consumo, manufatura industrial e automotiva, indústrias de saúde e energia.
Mesmo com o Brasil batendo recordes diários de pessoas infectadas pela Covid-19, ultrapassando a média diária de mortes dos Estados Unidos e apresentando dificuldades para implementar um calendário nacional de imunização, os executivos brasileiros, que responderam ao questionário em janeiro e fevereiro, acreditam em uma melhora do cenário econômico em relação ao ano passado.
Para 85% deles, a economia irá melhorar, otimismo superior à média global, de 76%. Apenas 7% dos brasileiros acreditam numa piora da situação econômica, enquanto 8% avaliam que o cenário será de estabilidade em relação a 2020. No mundo, esses percentuais são de 15% e 9%, respectivamente.
De acordo com o sócio-presidente da PwC Brasil, Marco Castro, os executivos que atuam nessas posições hierárquicas costumam ter visão de longo prazo. Segundo ele, o resultado positivo pode ser explicado porque embora a situação atual seja crítica, havia, no início da pandemia, a expectativa do tombo do PIB ser superior a dois dígitos.
“Faz um ano que a gente está nesse ambiente de isolamento. O empresariado brasileiro percebeu após um ano de pandemia que é possível captar o seu negócio, ele fez mudanças nesse período para continuar operando. Esperava-se que a economia iria retroceder 11% e, na realidade, retrocedeu pouco mais de 4%”, afirma.
Entre os empresários brasileiros, a incerteza em relação a políticas tributárias foi apontada como a principal preocupação para 56%, ficando à frente da apreensão com pandemias e outras crises sanitárias (54%).
A incerteza em relação a políticas e o aumento das obrigações tributárias também foram apontados como temas prioritários para a maioria, apontadas por 53% e 51% dos entrevistados, respectivamente.
Em quinto lugar no ranking de preocupações, vem o crescimento econômico incerto (49%) e o populismo (47%).
Entre os executivos estrangeiros, as pandemias e crises sanitárias foram apontadas como principais preocupações (52%). Em 2015, apenas 9% consideravam o tema um problema.
Na lista de preocupações globais, foram apontadas, ainda, uma maior atenção a ameaças cibernéticas (47%), excesso de regulamentação (42%), incerteza política (38%), crescimento econômico incerto (35%), desinformação (28%) e, por último, a incerteza em relação a políticas tributárias (31%).
Em relação à segurança digital e ao cuidado com o vazamento de dados, o índice brasileiro ainda está abaixo da média global dos líderes.
Enquanto 59% dos executivos estrangeiros afirmam que suas empresas estão preparadas para enfrentar ameaças cibernéticas, 44% dos brasileiros afirma que considera o tema ao gerenciar riscos estratégicos em suas companhias.
Em relação às questões climáticas, para 35% dos líderes nacionais o tema é motivo de preocupação extrema. Em 2020, apenas 14% tinham essa percepção.
Entre os líderes globais, o tema foi apontado como prioritário para três em cada dez, no entanto, quando perguntados sobre ações efetivas, os líderes globais, em especial os que atuam no Japão (49%), afirmaram estar mais atentos ao tema. Quatro em cada dez consideram as mudanças climáticas no gerenciamento dos seus riscos estratégicos.
No Brasil, apenas 32% dos executivos afirmaram ter a mesma preocupação em seus planejamentos.