Para Paulo Feldmann, outro caminho a ser seguido é o apoio às pequenas empresas, que empregam mais da metade dos trabalhadores formais no País
Devido ao contexto pandêmico, governos ao redor do mundo tiveram que adotar programas para ajudar a manter a economia o mais estável possível. Com a diminuição no número de infectados e o abrandamento das quarentenas, a recuperação econômica volta a ser a pauta principal entre políticos, mas se a luta durante a pandemia era manter empregos, agora o principal é conseguir gerar novas vagas.
Mas o Brasil está preparado para essa necessidade de gerar empregos? A resposta pode ser mais negativa do que se pensa. “Não temos uma política de geração de empregos no Brasil ainda”, comenta Paulo Feldmann, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP. Ao nos dar essa constatação, o professor aproveita a oportunidade para ditar o foco principal de evoluir na área: estimular obras de infraestrutura, principalmente em ferrovias. Seria a receita perfeita para o que o Brasil precisa no momento, ao mesmo tempo que gera empregos.
A ajuda para pequenas empresas é outro caminho que pode ser seguido, já que estas empregam mais de 50% dos empregos formais existentes no País. O problema é que, mesmo com o governo criando programas de auxílio durante a pandemia para ajudar esse tipo de empresa, nenhum conseguiu emplacar e ajudar de fato.
Países mais modernizados retomam a economia de forma mais rápida, principalmente devido ao seu nível de industrialização. A chamada quarta revolução industrial faz com que máquinas, impressoras 3D e inteligência artificial sejam aplicadas nessa retomada, prejudicando, de certa forma, a entrada de jovens no mercado de trabalho. “A volta ao normal será feita através da automação e não através de geração de empregos”, conclui Feldmann, ao explicar que, para o Brasil, isso pode ser algo desastroso.