Aplicação dessa nova tecnologia pelas empresas foi avaliada nessa terça na 20ª edição da Futurecom, que está sendo realizada em São Paulo

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Especialistas discutiram os novos serviços e produtos que estão sendo usados no BrasilFoto: divulgação

SÃO PAULO – A aplicação da Inteligência Artificial (IA) e as consequências de se abraçar essa tecnologia – tanto na cultura interna corporativa quanto na relação com o consumidor – rodearam o debate durante o painel "A Inteligência Artificial já é hoje uma realidade. A sua empresa está pronta para esta nova era?", na 20ª edição da Futurecom, em São Paulo. Há o usual temor da eliminação das vagas de emprego e há o desconforto dos clientes em conversar com uma máquina; do outro lado estão o caminho sem volta da tecnologia, a necessidade de o profissional se reinventar e a busca das empresas por redução de custos e otimização de processos. Tudo converge no que já se criou em termos de IA e em tudo o que ainda poderá ser inventado.



Vice-presidente Digital e Inovação da Telefônica, Ricardo Sanfelice disse durante o painel que as empresas têm ciência dessas variáveis e que o caminho está focado em "como se tira a inovação do laboratório e levar para o mercado". "Há a preocupação da perda da vaga de emprego para um robô, para um algoritmo. Mas o perfil profissional não só vai mudar como já está mudando, como mudou em todas as revoluções industriais". Sanfelice disse ainda que é natural o ganho de produtividade onde são implantadas ferramentas de IA, a exemplo de call centers e outros serviços de suporte ao cliente. "Há quatro meses criamos um centro de treinamento de bots (robôs), cuja finalidade é acelerar o aprendizado das máquinas através do profissional que executava o serviço – e é uma nova atividade que exige qualificação", exemplificou.

desejo de implementar uma ferramenta com IA, muitas vezes, vem antes da identificação do problema que ela pretende corrigir. "Querem usar a IA, mas ainda não sabem pra que. E a questão ética ainda não chegou (ao debate)", comenta o diretor executivo e líder da Accenture Analytics para o Brasil e a América Latina, Robert Duque-Ribeiro, citando os limites éticos do uso de dados pela IA, ainda não definidos. 

Muitas vezes, a empresa busca essa tecnologia com o objetivo inicial de evitar custos com desperdícios, coisas simples, como envio de faturas duplicadas ou para a pessoa errada – o que significa uma grande soma de dinheiro. É necessário, diz o executivo, chegar ao problema para depois avaliar as inovações disponíveis ou possíveis para chegar à solução.

O diretor diz ainda que tão importante quanto o uso e a integração de dados para munir essas ferramentas é a curadoria e a interpretação dos dados – ou seja, a seleção do que vai ser usado e a compreensão do que estão, de fato, transmitindo.

Serviço

A Accenture colocou no mercado há cinco meses o Digital Communication Center – serviço de comunicação com envio de mensagens inteligente, que usa o canal ideal (Whatsapp, Telegram, Facebook Mensenger, e-mail, SMS…) de acordo com a função do contato e do perfil do cliente. A ferramenta, a partir da base de dados do contratante, define a abordagem. 

Através do Digital Communication Center é possível fazer cobranças, oferecer produtos e disponibilizar canais de acompanhamento, agendamento, reagendamento ou cancelamento de serviços, por exemplo. A Accenture garante que a ferramenta tem preço acessível e que é uma estratégia de redução de custos, começando com R$ 0,04 por mensagem, dentro de um pacote mínimo. "Você paga 'mil' para economizar 'milhão'. Esse é o parâmetro", disse o gerente da empresa, Ricardo Abreu. 

Por: Tatiana Notaro, da Folha de Pernambuco