Seis em cada 10 empresas de pequeno porte no Brasil foram contaminadas por malware, revela estudo feito pela empresa de segurança Blue Pex, nos meses de julho, agosto e setembro. Das 285 empresas consultadas pela BluePex, 170 – ou seja 60% delas – indicaram já terem sido contaminadas.  O levantamento levou em consideração negócios com faturamento anual a partir de R$ 4 milhões.



De acordo com Bruno Maion, diretor comercial da BluePex, o resultado do levantamento é alarmante, porque, segundo pesquisa recente, 20% das pequenas e médias empresas que sofrem o primeiro ataque acabam quebrando. “Pequenos e médios empreendedores acabam optando por contratar soluções caseiras, que acabam oferecendo pouca proteção, ou mesmo por postergar a contratação de um serviço de proteção dos dados, sem perceber que, agindo assim, podem estar condenando suas operações”, afirma.



O estudo apontou, ainda, que nos ataques relatados os criminosos exigiram, em média, 0,3 a 0,4 do valor de um bitcoin (cerca de R$ 9,6 mil); todos os segmentos são vulneráveis, porém alguns setores têm sido mais afetados, tais como empresas varejistas e atacadistas, que dependem do bom funcionamento dos sistemas de PDV para continuar faturando, além de escritórios de advocacia e contabilidade. 



“A proteção de dados sigilosos é um aspecto crítico ao funcionamento das empresas e a paralisação da operação gera impactos imediatos no faturamento. Os atacantes veem isso como uma oportunidade”, explica Maion. E não há limites para a extorsão. Nada garante que os criminosos devolvam os dados após o pagamento do primeiro resgate. Maion conta que existem empresas que chegaram a pagar três vezes o valor exigido pelo sequestrador e não conseguiram os dados de volta.