Eleito na quarta-feira (25) em assembleia-geral realizada por teleconferência, Anderson Cardoso vai presidir a Federasul( Federação das Entidades Empresariais do RS) entre 2021 e 2022. Em entrevista disse que relutou ao primeiro convite, mas aceitou a missão na qual vê uma “contribuição do desenvolvimento do Estado”.
E mesmo deixando claro que é a atual presidente, Simone Leite, quem vai coordenar a posição final da entidade frente à proposta do Piratini de manter em 30% as alíquotas de energia, combustíveis e telecomunicações, o advogado especializado em tributos faz críticas à proposta.
– É um tema sobre o qual a entidade vai se manifestar publicamente, mas essa nova proposta não é muito diferente original. Eu, Anderson, vejo alguns pontos muito sensíveis. Um é a redução de R$ 360 mil para R$ 180 mil no faturamento máximo para enquadrar empresas na faixa de isenção do Simples Gaúcho e o acréscimo de tributação nas faixas superiores – argumenta.
Cardoso também considera “não adequada” a prorrogação de alíquota máxima do imposto, “ainda mais por quatro anos”:
– Nessa dosagem, pode reduzir a base tributária, em vez de incentivar o desenvolvimento dessa base. São pontos que podem prejudicar o desenvolvimento do Estado.
Sobre sua gestão, Cardoso afirma que deverá ser “um seguimento do trabalho da Simone”, com maior ênfase em inovação e tecnologia. Uma de suas ambições é desenvolver uma plataforma que interligue o grupo de associações comerciais do Interior que a Federasul representa, que poderá vir a se tornar uma fonte de receita para a entidade:
– Vou olhar mais para a nova economia, para startups, tecnologia e inovação.
Sobre as críticas de que a Federasul tem adotado posições políticas nos dois últimos mandatos, Anderson afirma que, embora não tenha “o perfil da Simone”, as crenças são as mesmas. Ambos acreditam, afirma, que o empreendedorismo é importante para o desenvolvimento do Estado, a partir da geração de emprego e renda, nas liberdades individuais e na ética.
– A posição política vai ser dar nesse nível. Nenhuma bandeira que levantamos foi contra esse ou aquele partido ou coligação, levantamos bandeiras sobre propostas específicas dos governos, tanto contra como a favor. Apoiamos as reformas, continuamos apoiando três das propostas em pauta. Mas entendemos que a solução paro o Estado não passa pelo aumento de tributação, mas pelo enxugamento da máquina pública.
fonte Gaúcha/ZH