Escrever sobre tecnologia é sempre um desafio por se tratar de um tema polêmico. Mas, se você está lendo este artigo, já sei que seu envolvimento com a tecnologia passa, pelo menos, pelo uso de um smartphone. Então, concluo que já temos algo em comum para iniciarmos essa comunicação.

Como você sabe, existem conjuntos de “leis” que além de serem universais não podem ser revogadas por político nenhum. Além dessas “leis” científicas como as da física, existem também as chamadas “leis de mercado”, cujo principal e irrevogável mantra é a famosa lei da oferta e da procura.

A tecnologia nada mais é do que uma combinação das leis científicas com as leis de mercado. Por exemplo, se não existisse, hoje, uma população de 7,6 bilhões de pessoas no mundo, talvez não houvesse a necessidade de tecnologia para produção de alimentos. Se essas mesmas 7,6 bilhões de pessoas não demandassem moradia ou locomoção cada vez mais eficiente, também não haveria necessidade de construir casas e veículos que não destruam o planeta com o extermínio de recursos naturais ou por contaminação ambiental.

Mas, afinal, a tecnologia é algo negativo que cria desemprego? Colabora com o aumento da poluição? Colabora para a aceleração da destruição do planeta? Ou, ao contrário, gera empregos mais qualificados? Colabora para processos mais limpos? E, ainda, aumenta a vida útil do planeta?

Se a tecnologia está onde está é porque nós, em algum momento, desejamos que ela estivesse ali, e depois que nos acostumamos a viver com ela fica difícil nos privarmos de seu uso. Se a tecnologia na Construção, Agricultura e Transporte, apenas para citar algumas áreas, está onde está hoje é porque existe uma necessidade crescente para suportar a expansão da população mundial.

A tecnologia nem é um bem ou um mal por si só, mas o que nós decidimos fazer com ela, do quanto a necessitamos e como definimos sua finalidade é o que deve ser levado em consideração.

A tecnologia é o que “nós” queremos que ela seja e cabe a todos nós tomar decisões inteligentes sobre como queremos viver neste planeta, qual a velocidade que queremos nos expandir, o nível de conforto que queremos ter e como queremos preencher o tempo de cada uma de nossas produtivas mentes!

Carlos Nogueira – diretor executivo da Trimble Brasil