Não pode ter imposto em cima do nosso agro e quem precisa de proteção nas taxas é o nosso etanol, se o mercado dos Estados Unidos não se abrir para o nosso açúcar
Então partir pra cima de taxar exportações brasileiras, que tem segurado a economia e crescido é uma tentação. Da mesma forma associando outras tentações como as ideológicas e políticas, o presidente Bolsonaro pode ser tentado a conceder a isenção ou cancelar a isenção de cerca de 750 milhões de litros de etanol americano que recebemos no Brasil, que estão livres de taxas. A partir desse volume há uma taxa de 20%.
O Trump precisa agradar sua base eleitoral, agricultores americanos, que estão também incomodadíssimos com a guerra comercial com a China, o que tem, sim, favorecido as exportações brasileiras de carnes e grãos. Os americanos oferecem ao Brasil uma irrisória cota livre de taxas no nosso açúcar, apenas algo como 150 mil toneladas e a partir disso taxam em 140%.
Ou seja, temos dois presidentes adorados pelo campo, o americano Donald Trump e o brasileiro Bolsonaro. E agora somos o primo pobre do sul. Pibinho de US$ 1,8 trilhãozinho, versus o grande irmão do norte das Américas com US$ 20 trilhões. Quer dizer, somos menos do que 10% dos americanos.
Não pode ter imposto em cima do nosso agro e quem precisa de proteção nas taxas é o nosso etanol, se o mercado dos Estados Unidos não se abrir para o nosso açúcar. Neste ano teremos mais açúcar, mais de 30% do que no ano passado, e menos etano,l quase 20% menos, porém dá-lhe milho. E não é para as galinhas, é sim para o nosso etanol de milho, que deve crescer mais de 60%.
Que tentação Governo. Vamos deixar o agro e nossas cooperativas em paz. Sem brincar de uma derrama de impostos. Isso pode gerar uma nova inconfidência não apenas mineira, mas brasileira.
José Luiz Tejon para o Canal Rural